Conversamos com artistas AR da nossa comunidade que nos contaram seus planos para o futuro e os impactos do fim do MetaSpark no mercado.

Quem não ama filtros AR? Nós usamos, você usa… Todo mundo usa! Pois é, esses filtros estão com os dias contados 🥲 – pelo menos, parte deles.

Recentemente, a Meta anunciou o fim dos filtros de realidade aumentada (AR) de terceiros no Instagram, Facebook e Messenger. A partir de 14 de janeiro de 2025, apenas os efeitos criados pela própria empresa seguirão disponíveis. Isso significa que, em breve, aqueles efeitos que a gente adora e que foram feitos por criadores independentes, não estarão mais disponíveis.

Para os usuários, além de perder a chance de explorar experiências interativas e imersivas, fica a sensação de que estamos perdendo aquela “camada a mais” de criatividade, interatividade e magia que os filtros adicionam à nossa realidade e que sempre foi um dos grandes atrativos dessas plataformas. Quem também perde são marcas e negócios que têm os filtros AR como uma ferramenta estratégica para criar relacionamento e se conectar com o seu cliente e público. 

O sistema mais “friendly” da MetaSpark permitiu que muitas marcas passassem a descobrir AR não só como mais um “filtro”, mas sim como uma “nova mídia”, uma forma de alcançar seus consumidores de uma maneira não convencional e acessível. Particularmente eu percebo que as agências e as grandes marcas só estão começando a entender isso agora, e o fim do Spark é um balde de água fria nessas grandes possibilidades que a plataforma permite, além claro, dos trabalhos de milhares de criadores que serão simplesmente apagados da plataforma.

Scott Martins - Artista AR

Mas e os criadores?

Segundo relatório da Business of Apps, principal plataforma de mídia e informação B2B para a indústria global de aplicativos, o mercado de filtros movimenta milhões de dólares em receita todos os anos, com o MetaSpark se destacando como uma das principais plataformas para criadores.  Por isso, essa decisão da bigtech caiu como uma bomba! 

“O fim da MetaSpark impacta diretamente a Arteepura, já que grande parte do nosso portfólio de AR foi desenvolvido nessa plataforma. Precisaremos adaptar nossa estratégia, explorando outras tecnologias e plataformas, como o Effect House para desenvolvimento no TikTok e Lens Studio para desenvolvimento no Snapchat, para garantir que continuemos a oferecer experiências de alta qualidade aos nossos clientes. Isso vai exigir treinamento e adaptação às novas ferramentas. No entanto, vejo isso como uma oportunidade para explorar novas direções e inovações no campo da realidade aumentada.”

Renata Lorenzi - Artista AR na Arteepura

Muitos artistas digitais e designers que estavam construindo suas carreiras em cima dessas plataformas, monetizando em cima da criação e venda de filtros, agora se veem sem um dos seus principais meios de trabalho. Em uma posição complicada, a alternativa é reavaliar suas fontes de renda e buscar novas oportunidades.

O fim do Spark impacta não apenas os criadores de AR, mas também os criadores de vídeos. Muitos personagens e atmosferas só existem graças ao AR, como vídeos de humor e educativos. Em relação aos criadores de AR, aqueles que não se limitaram ao Spark e expandiram para outras plataformas, como Effect House, Lens Studio e outras, encaram isso como um recomeço. O mercado tende a se tornar mais valorizado e menos "barato", como era no início.

Pedro Afonso - Artista AR e 3D e CEO da Atomcore Studio

O encerramento dessas atividades marca o fim de uma era no universo digital. E claro, não deixamos de perguntar para nossa comunidade como eles veem o futuro desse mercado e quais dicas dariam para quem pretende continuar criando com realidade aumentada. 

Minha principal dica seria investir em aprender e dominar diversas plataformas e ferramentas de AR, não se limitando a uma única opção. Além disso, é crucial manter-se atualizado sobre as tendências do setor e estar disposto a experimentar e inovar. A criatividade e a capacidade de adaptação são suas maiores aliadas. Construa uma rede sólida de contatos, colabore com outros profissionais e esteja sempre atento às novas oportunidades que surgirem no mercado, mas também não tenha medo de sair da linha de raciocínio padrão e construir suas próprias referências originais.

Renata Lorenzi - Artista AR na Arteepura

Hoje, eu não estaria no mercado se não fosse o 3D. Apesar do avanço desenfreado da IA, o conhecimento de 3D tem sido fundamental para mim nos últimos 10 anos e é um grande diferencial em um mercado repleto de programadores e poucos artistas 3D focados na indústria de VR. Os projetos de jogos e aplicações ainda são muito simples em relação ao potencial que o 3D pode oferecer.

Pedro Afonso - Artista AR e 3D e CEO da Atomcore Studio

“Seja humilde consigo mesmo”. Como todo setor de tecnologia, o mundo do AR corre muito rápido e às vezes é difícil não se cobrar quando você vê grandes criadores fazendo coisas incríveis. Toda a jornada de aprendizado leva tempo e é extremamente importante lembrar disso para que não sejamos consumidos pela FOMO e pelo TDAH. A sua jornada é apenas sua, vai na calma e descubra o que mais te atrai dentro do mundo do AR: conceito? 2D? 3D? programação? Lógica? Design? UX/UI? Tem espaço de sobra.

Scott Martins - Artista AR

Quer conhecer mais trabalhos incríveis desenvolvidos por artistas AR da comunidade BRIFW? Acompanhe os trabalhos digitais inéditos do Line-up de criadores da BRIFW5 no nosso canal do Youtube. Junto de cada um dos 14 filmes foram apresentados mais de 40 filtros AR vestindo nossa Fila A Infinita.

A ativação Fila A Infinita da BRIFW5 contou com trabalhos de Scott Martins, Victoria d’Ugo, Alan Gregorio, Bruno Realities, Bruno Wendryck, Carlo Schiavini, Elvis Chaves, Giovanna Thereza, Karoline Viebrantz, Sarah Ramos, Laura do Lago, Renata Lorenzi, Rodrigo Mendes, Eduardo Vanzin, Jeff Brandão e Rodrigo Mulinario.

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