Conversa sobre tecnologia nas periferias urbanas foi destaque do BRIFW+Wired Conference

Portal Wired Festival Brasil destaca pontos altos do evento discutiu inteligência artificial, moda e cultura conectada

BRIFW & Wired conference 2023 - Tecnologia, moda e cultura.

"Por que tudo o que a gente faz na periferia é gambiarra e o que fazem no Vale do Silício é inovação". Com essa pergunta o influencer Mateus Fernandes marcou sua participação no painel “Shifters: tecnologia como estratégia de mudança”, ao lado da professora no Instituto Brasileiro Governança Corporativa (IBGC), Nina Silva, e com mediação de Andreza Maia.

No centro das discussões estava a tecnologia de ponta que já vem sendo percebida, usada e feita pela periferia. Não se trata mais (e apenas) de criar acesso e sim de colocar as ferramentas nas mãos das comunidades. Um exemplo disso é poder contar a própria história.

“Eu assistia ao mesmo filme mil vezes porque não tinha condições [de assistir a vários]. Ficava imaginando como seria uma história contada por mim, com a qual eu me identificasse e me visse representado”, contou Mateus.

BRIFW + Wired Conference 2023

No município de Guarulhos (Região Metropolitana de São Paulo), onde vive, existe um grupo que se reúne para apresentar tecnologias descobertas no local onde moram. “[tem] Desde aquela que edita um texto, mexe na coloração de um vídeo, remove o fundo de uma imagem. Essa troca é muito colaborativa e dissemina informações nos nossos territórios. Então para mim, [tecnologia] tem muito a ver com trazer mais visibilidade, mostrar o que a gente tem feito".

No mesmo painel, a professora Nina Silva expôs as contradições entre desejo e entendimento quando o assunto é inovação tecnológica e diversidade. De um lado, a pressão e a expectativa de que os jovens rompam barreiras e apontem novos caminhos. De outro, uma geração ainda resistente a certas mudanças.

"É uma briga", diz ela. "Quando a gente fala de quem está assinando o cheque para implementação dessas novas soluções tecnológicas nas grandes empresas estamos falando uma masculinidade cisgênera 50+ que, muitas das vezes, não quer absorver o que realmente é inserir tecnologia e criar processos inovadores”.

Anterior
Anterior

BRICS+ Fashion Summit: designer brasileiro se prepara para apresentar nova coleção em Moscou

Próximo
Próximo

BRIFW+WIRED Conference ocupa espaço em São Paulo para dois dias de discussões sobre tecnologia